“Eu não sei como um gestor público consegue gerir uma cidade sem um centro de operações”. Com essa declaração o chefe-executivo do Centro de Operações da Prefeitura do Rio (COR), Marcus Belchior, resumiu a importância do equipamento público de resiliência na rotina do cidadão carioca. Criado em dezembro de 2010, o COR está próximo de completar 14 anos de existência e foi protagonista de um painel de quase uma hora no Urban 20 (U20), evento paralelo ao G20 realizado no Armazém Utopia, na Região Portuária. A apresentação desta sexta-feira, 15/11, teve como tema “O Centro de Operações Rio: ferramenta de resiliência”.
Durante a apresentação, Belchior lembrou que o mundo vive duas transformações importantes: uma social/tecnológica e outra climática. E fez questão de propor que a plateia retrocedesse até o ano de 2010 para mostrar os desafios existentes naquela época e o quanto a ideia de criar o COR foi inovadora. “Estamos falando de uma sociedade que não utilizada WhatsApp, por exemplo”, rememorou.
O painel seguiu com o chefe-executivo mostrando o crescimento do uso de equipamentos tecnológicos em todo o mundo e enfatizando o quanto a cidade foi tornando-se mais preparada com o passar dos anos. Hoje, o Rio é a única cidade brasileira a possui dois radares meteorológicos próprios. Também é o munícipio do país com a maior rede de pluviômetros, que são os equipamentos capazes de mensurar a quantidade de chuva que atinge determinada área da cidade. Belchior destinou boa parte do tempo de sua apresentação dando ênfase a uma explicação caldosa sobre os estágios operacionais do município, reformulados recentemente. E lembrou que de nada adianta o grande trabalho desenvolvido pelos técnicos da Prefeitura do Rio se a cidade não tiver a capacidade de capilarizar suas informações.
“A comunicação é de fundamental importância para o trabalho de preservação de vidas. Por isso, nós investimos num time de jornalistas/assessores de imprensa 24 horas no Centro de Operações. Nós temos diversos canais de comunicação com a sociedade. Site, aplicativo, várias redes sociais e parcerias com empresas diversas do ramo. É muito importante que o cidadão entenda essa dinâmica do COR e queira estar conectado a tudo que acontece no Rio”, enfatizou Belchior.
Mais de 500 profissionais se revezam em turnos no COR. São 3.800 câmeras, 103 sirenes instaladas em 164 comunidades. Além do maior telão da América Latina (104m²). Integração foi uma palavra bem utilizada pelo chefe-executivo na sua apresentação. Além dos órgãos parceiros que ocupam assentos na Sala de Situação, Belchior frisou as parcerias com empresas públicas, privadas e outras agências. “O nosso trabalho caminha num sentido tão contínuo e correto que criamos uma Prática Recomendada com a ABNT, a Associação Brasileira de Normas Técnicas, para orientar gestores de outras cidades na criação de centros operacionais”, explicou.
Antes de encerrar, Marcus Belchior navegou por temas tecnológicos como o Desafio COR, o uso de Inteligência Artificial nos processos internos do COR, apresentou ao público a assistente virtual do equipamento público (a CORA), e contou um pouco sobre o COR Lab, o laboratório de cidades que sairá do papel nos próximos meses e funcionará no prédio anexo do Centro de Operações, na Cidade Nova. Após responder aos questionamentos da plateia, o chefe-executivo do COR terminou a sua participação no U20 bastante aplaudido.
U20 vai até o próximo domingo
Vale lembrar que o evento Urban 20 continua a ser realizado na Região Portuária até o próximo domingo (17/11). Alinhado ao G20, esta edição tem como prioridades a inclusão social e o combate à fome e à pobreza, a transição energética e o combate às mudanças climáticas, a transição climática justa e a criação de empregos verdes e o financiamento para resiliência urbana, entre outros.
- Fotos: Roberta Nápolis.
