O Centro de Operações da Prefeitura do Rio (COR) completa 14 anos nesta terça-feira, 31/12. Inaugurado em 2010 após fortes chuvas atingirem o Rio, o COR comemora incontáveis avanços nesse período. Entre os mais significativos estão as diversas parcerias com empresas renomadas internacionalmente, a criação de diversos protocolos para salvaguardar vidas dos cidadãos cariocas e a integração entre mais de 30 órgãos públicos e concessionárias que, no Centro de Operações, ficam reunidos numa mesma sala. Além disso, a aquisição de radares meteorológicos próprios e o lançamento de uma Prática Recomendada em parceria com a ABNT, são conquistas dos últimos anos. Desenhado para antecipar soluções e minimizar ocorrências de grande impacto na cidade, como chuvas fortes, deslizamentos e acidentes de trânsito com reflexos na mobilidade urbana, o COR usa imagens de mais de 3.800 câmeras e tecnologia de ponta para receber e analisar as informações, além de propor soluções em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana.
O projeto, pioneiro na América Latina, reúne órgãos como Sistema Alerta Rio (responsável pela previsão meteorológica), Centro Integrado de Mobilidade Urbana (CIMU), CET-Rio, Rioluz, Comlurb, Geo-Rio e Guarda Municipal (GM), além das secretarias municipais de Assistência Social, Conservação, Saúde e Educação. A Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Marinha, Metrô Rio, VLT, entre outros, também possuem assentos na Sala de Situação. Na Sala, que possui 446 m², mais de 500 profissionais se revezam em turnos. Em 2022, o COR inaugurou a expansão do seu telão, que se tornou também o maior da América Latina com 104 m², composto por 125 telas de 55 polegadas.
“O COR se tornou uma verdadeira política de estado. Por meio dos dados analisados por aqui, é possível direcionar incontáveis ações do Poder Municipal. Criamos parcerias significativas com o Waze, NASA, Google, Eletromidia e tantas outras empresas e órgãos públicos. Conseguimos criar protocolos e gráficos de trânsito por regiões, avançar na previsão meteorológica e afinar o acionamento das sirenes das comunidades. Vamos buscar sempre o que há de mais moderno em termos tecnológicos. O COR vive em constante atualização”, lembra o chefe-executivo do COR, Marcus Belchior.
Ao longo de 14 anos, o COR participou da organização e do monitoramento de grandes eventos ocorridos na cidade. Alguns deles foram a Jornada Mundial da Juventude (2013), a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014), os Jogos Olímpicos e Paralímpicos (2016), Final da Copa Libertadores (2023), G20 (2024), além de diversos shows internacionais, visitas de autoridades estrangeiras, edições do Rock in Rio, Carnaval (todos os anos) e o Réveillon (todos os anos).
“Em 2024 nossos grandes desafios foram o show da Madonna, realizado em maio na Praia de Copacabana, e o G20, que aconteceu em novembro na Região Portuária e no Museu de Arte Moderna. Graças ao trabalho de centenas de profissionais comemoramos o grande sucesso dos dois eventos”, destaca Belchior.
Avanços na comunicação para mudanças climáticas
Também em 2024, entraram em funcionamento o novo radar meteorológico da Prefeitura do Rio e o Protocolo de Calor. Instalado na Serra do Mendanha, o equipamento gera imagens para a Sala de Situação do COR. O radar, adquirido na Finlândia pelo valor de R$ 6,8 milhões, auxilia os meteorologistas do Sistema Alerta Rio no monitoramento da previsão do tempo de curto prazo, ou seja, até três horas antes da chuva. O cidadão também pode ter acesso, em tempo real, às imagens disponibilizadas pelo radar por meio do aplicativo COR.Rio. Com uma antena de 1,4 m, o novo equipamento tem o alcance de 150 quilômetros de raio. O radar pesa aproximadamente 400 kg, é licenciado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e opera com faixa de frequência 9,5-9,6 GHz.
Já o Protocolo de Calor foi anunciado em junho. A classificação de níveis de calor passou a nortear e implementar protocolos de alerta, além de estabelecer ações públicas nos períodos em que a cidade estiver sujeita a altas temperaturas. Assim como acontece com os estágios operacionais, o Centro de Operações Rio (COR) passou a divulgar para a população o índice “Nível de Calor – NC”. A classificação de cinco níveis de risco – de NC1 a NC5 -, é baseada no índice de calor, que varia em função da temperatura e da umidade relativa do ar registradas na cidade.
O NC também considera modelos numéricos de previsão de temperatura estimados para três dias e atualizados a cada quatro horas. De acordo com o nível de risco, o COR emite os alertas para a população pelos principais canais de comunicação do órgão e da Secretaria Municipal de Saúde: site, redes sociais, aplicativo e demais canais de relacionamento com a imprensa. A classificação das temperaturas será: altas (36ºC a 40ºC), muito altas (40ºC a 44ºC) e extremas (acima de 44ºC). Saiba mais sobre os níveis de calor no link a seguir: https://cor.rio/niveis-de-calor/
Uma referência para outras cidades
Pensando em disseminar a ideia de criação de centros operacionais, o COR lançou em maio, em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a “Prática Recomendada ABNT PR 1021 – Centro de Operações de Cidade — Implementação”. O documento inédito no país é uma espécie de manual, que estabelece diretrizes para a implantação de centro de operações em qualquer cidade do país. A “Prática Recomendada ABNT PR 1021 – Centro de Operações de Cidade – Implementação” é um protocolo que vai orientar qualquer cidade interessada em estabelecer equipamentos e procedimentos necessários para o enfrentamento de eventos extremos. O documento ajuda ainda a reduzir a complexidade da gestão, aumentar a eficiência e aprimorar a tomada de decisões pelos órgãos públicos em cenários que possam causar riscos ou danos às regiões monitoradas e está disponível no ABNT Catálogo.
O que esperar em 2025?
Os desafios do COR seguirão ao longo de 2025. O principal deles é a implementação da Inteligência Artificial (IA) nos processos internos do COR e nas câmeras da cidade. Um dos grandes objetivos do equipamento público é fazer com que todas as câmeras da cidade tenham a possibilidade de fazer contagem de veículos por período de tempo em qualquer um dos equipamentos, identifique automaticamente qualquer tipo de movimentação atípica para determinada região, além de fazer a leitura de todas as placas dos veículos das imagens geradas pelas mais de 3.800 câmeras.
“A Inteligência Artificial pode nos ajudar também aumentando a capacidade preditiva do Centro de Operações nas ferramentas de previsão do tempo, e não somente nas questões pertinentes ao trânsito. Por esse motivo, as parcerias com grandes empresas do ramo de tecnologia e com universidades renomadas no cenário internacional são tão importantes para nós. Tenho certeza que daremos um salto de qualidade ainda maior no próximo ano, quando completaremos nossos 15 anos de existência”, finaliza Belchior.